A Deriva surge como proposta do Movimento Internacional Situacionista, nascido na França pós-guerra, reflexo da subserviência francesa à Nova Ordem Mundial. Tem raízes no dadaísmo e surrealismo e propõe uma espécie de jogo urbano, em que se incentivava a "construção de situações" pela busca e experimentação, tendo a arquitetura urbana como campo de estudos e atuação. Seu mentor, o francês Guy-Ernest Debord instigava o indivíduo a aventurar-se por caminhos antes nunca percorridos, explorando situações inusitadas, tendo a própria cidade como mestre, ditando o próximo passo a ser dado. As lições da Deriva permitiram formular as bases da arquitetura/urbanismo de uma cidade moderna, onde o espaço é tão consciente quanto o ser humano.
Aborda também o conceito da "psicogeografia", que é a influência que a geografia produz na mente e no ser, provocando alterações dos estados sensitivos por meio das diferenciações geográficas.
“As grandes cidades são favoráveis à distração que chamamos de deriva. A deriva é uma técnica do andar sem rumo. Ela se mistura à influência do cenário. Todas as casas são belas. A arquitetura deve se tornar apaixonante. Nós não saberíamos considerar tipos de construção menores. O novo urbanismo é inseparável das transformações econômicas e sociais felizmente inevitáveis. É possível se pensar que as reivindicações revolucionárias de uma época correspondem à idéia que essa época tem da felicidade. A valorização dos lazeres não é uma brincadeira. Nós insistimos que é preciso se inventar novos jogos”. (Résumé, Guy Debord e Jacques Fillon, 1956)
"Assim como o flâneur, definido por Baudelaire como 'uma pessoa que anda na cidade, a fim de experimentá-la', a Deriva Situacionista aborda um universo de certa forma concêntrico com a Flânerie, variando apenas no 'mot de esprit'. Podemos considerar a Deriva como uma espécie de evolução do flâneur, assumindo a cidade 'como campo de investigações artísticas e novas possibilidades sensitivas" (JAQUES, Paola 2003)
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