quarta-feira, 27 de abril de 2011
Sketchup do Grupo - Local da Intervenção
10 idéias para a intervenção
Brainstorming
domingo, 17 de abril de 2011
Cosmococa - Programa in progress por Hélio Oiticica
A Galeria Cosmococa foi um claro exemplo para o grupo de como a restrição de uma experiência pode passar completamente despercebida quando se desconhece seu verdadeiro potencial. Hélio Oiticica deu início à criação de Cosmococa em 1973, juntamente com o cineasta Neville D’Almeida, em Nova York. Toda a obra apresenta elementos da contracultura, como retratos do Jimmi Hendrix, capa do filme “O Discreto Charme da Burguesia”, a música e a própria cocaína, elemento comum nas galerias e base da exposição. Cada sala, ou “quase-cinemas”, como chamados por Oiticica, estimulam o espectador a experiências multisensoriais à medida que este interage com o espaço e começa a fazer parte da obra. Cosmococa é também uma crítica ao expectador apático e chama-se ‘in progress’ exatamente por estar em constante construção. Em todas as salas há projeções de imagens nas paredes e elementos que estimulam a imersão do espectador no ambiente, sejam redes, colchões, ou a própria música.
A galeria na qual se encontra a Cosmococa em Inhotim foi projetada especialmente para a exposição. Ainda assim, talvez pelo fato do artista não ter participado da concepção do projeto, a galeria não aparentava estar em harmonia com a obra. Mesmo que o objetivo fosse a construção de um paradoxo obra-edifício, essa intenção reduziu o potencial da exposição propriamente dita, que não se enquadra em ambientes perfeitamente retos, regulares e praticamente idênticos entre si. O próprio exterior da galeria não é nem um pouco convidativo e se assemelha a uma prisão. Se a intenção era enfatizar o aspecto de imersão da obra, era, no entanto, desnecessário desconstruir sua característica convidativa e libertária. A experiência de Cosmococa na galera do Inhotim existe e ainda assim é muito rica, porém não foi aproveitada em todo seu potencial.
“Só o experimental é que interessa, a mim não interessa nada que já tenha sido feito.” Hélio Oiticica